1984 de George Orwell


O universo deste livro é o mais opressor que li até hoje: Winston é observado em todos os lugares por onde passa, e em todos os momentos, com pequeníssimas brechas onde possa respirar. Todas as suas palavras, movimentos e até expressões faciais são observados pelo governo mais opressor, controlador e perverso de todos os tempos.
Por todo o lado, mesmo dentro de casa, a mensagem é passada ao seu povo:
“O grande irmão está a ver-te.”

Sem pensar no que faz, sem o perceber e de forma automática, Winston expressa por escrito um pensamento que lhe pode custar a vida, pois é o maior de todos os crimes, o pensarcrime: 

“Abaixo o grande irmão
Abaixo o grande irmão
Abaixo o grande irmão
Abaixo o grande irmão
Abaixo o grande irmão”
Pensarcrime é uma das palavras criadas por este governo, que impõe uma nova língua que lhe serve o seu propósito. O objectivo é reduzir ao máximo o vocabulário para que o próprio pensamento seja limitado, e para evitar que o ser humano perca a própria capacidade de pensar mal do seu Partido:
“- Não vês que a finalidade da novilíngua é precisamente restringir o campo do pensamento? Acabaremos por fazer com que o crimepensar seja literalmente impossível, pois não haverá palavras para o exprimir.”
Tudo neste mundo é perturbador. O conceito de família como nós o conhecemos não existe, e os casamentos só são autorizados se não for detectado qualquer afeto entre o casal. Os filhos são educados pelo Partido para que denunciem os seus pais se houver qualquer suspeita destes agirem ou pensarem contra o grande irmão.
A história é reescrita segundo os interesses do grande irmão.
A lógica não interessa.
2+2=5
O teu pensamento não existe. Tu és o Partido.
Uma distopia incontornável.
Veja o vídeo sobre o livro:


Editora: Colecção Mil Folhas
Páginas: 320
ISBN: 84-8130-562-6
Tradução: Ana Luísa Faria

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