Robinson Crusoe - Daniel Defoe



Não conseguirei escrever uma melhor sinopse de Robinson Crusoe que a que se encontrava no frontispício da sua primeira edição impressa em Londres, em 1719:
"A vida e as estranhas e surpreendentes aventuras de Robinson Crusoe de York, marinheiro que viveu vinte e oito anos completamente isolado numa ilha deserta na costa americana, junto da foz do grande rio Orinoco, tendo sido levado para a margem por um naufrágio em que morreram todos à exceção dele, com um relato sobre o maio igualmente estranho como foi por fim libertado pelos piratas; escrito por ele próprio."
Primeira edição de Robinson Crusoe de Daniel Defoe

Robinson Crusoe foi inspirado na história de um marinheiro escocês, Alexander Selkirk, que foi encontrado na ilha Juan Fernandez, tendo aí vivido sozinho por quatro anos. Este caso real havia ocorrido apenas 10 anos antes do lançamento do livro de Daniel Defoe.


O livro, narrado em primeira pessoa através dos diários de Robinson, tem imensas descrições sobre as formas que ele encontra para sobreviver nessa ilha, e sobre os mecanismos que desenvolve para se alimentar a curto e a longo prazo.

É descrito, por exemplo, todo o processo que ele desenvolve ao longo dos anos para fabricar o seu próprio pão, fazendo plantações de cereais. Robinson domestica alguns animais para alimento, pois apesar de ele ter tido acesso a armas e pólvora do barco naufragado, ele previne-se a longo prazo para quando esse recurso for escasso. 

Robinson, que não tem o melhor carácter como homem, aprende com toda aquela experiência e chega a ter reflexões mais humanistas ao fim de algum tempo:
"O avarento mais ambicioso e sequioso do mundo ter-se-ia curado do vício da cobiça se estivesse estado na minha situação, uma vez que eu tinha infinitamente mais do que poderia usar. (...) Tinha, como já referi anteriormente, algum dinheiro, tanto em ouro como em prata, (...). De que me serviam essas coisas inúteis e tristes?"
Mesmo que não gostemos do livro, pelo menos Robinson ensina-nos que devemos ser gratos pelas coisas que possuímos e que nos são úteis, mesmo aquelas que à partida consideramos como garantidas.

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